Nova pesquisa mostra estagnação nas intenções de voto em Dilma e crescimento de Aécio além da margem de erro. Tucanos comemoram e creditam resultado à crise da Petrobras
Aécio destaca que queda de Dilma continuará à medida que os candidatos se tornarem mais conhecidos |
Somados, os votos de Aécio, Eduardo e oito nanicos atingem o patamar de 38%, um ponto percentual acima do resultado obtido pela presidente. Em relação à pesquisa anterior, Aécio apresentou um avanço de quatro pontos percentuais (tinha 16%), enquanto o pré-candidato Eduardo Campos teve uma oscilação tímida, de um ponto positivo (antes, ele tinha 10% das intenções de votos).
Os resultados sepultam de vez o planejamento do PT de resolver a questão em primeiro turno, evitando o desgaste de levar o pleito para uma segunda análise dos eleitores. Mostraram também que o Planalto ainda não encontrou o tom certo para mudar o humor dos brasileiros, apesar do pronunciamento da presidente Dilma em 1º de Maio, quando ela sinalizou que seu governo – e um eventual segundo mandato – não abandonaria os trabalhadores e não provocaria arrochos salariais.
Pesou também no desgaste do governo as denúncias envolvendo a principal estatal brasileira, a Petrobras. Na quinta-feira, a Justiça Federal do Paraná decretou a quebra de sigilo bancário da empresa nas relações com o Consórcio Nacional Camargo Corrêa (CNCC) nas obras de construção da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Em ascensão nas pesquisa, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) credita a mudança no cenário político justamente à crise da Petrobras.
Na avaliação dele, a presidente está se complicando com o caso. “As denúncias de corrupção influenciaram no resultado da pesquisa. Afinal, uma quadrilha estava levando a Petrobras à situação de insolvência, e a população está vendo isso”, justificou Aécio, após reunião com empresários em Maceió (AL). Para ele, a conjuntura deve continuar a mudar. Ele destaca que a presidente é conhecida por quase todo o eleitorado, enquanto os demais candidatos, por não terem disputado uma eleição nacional, têm índices muito menores.
O argumento é o mesmo usado pelo terceiro pré-candidato com mais intenções de votos, o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, para justificar sua colocação. Preferido de 11% dos entrevistados, o socialista espera mudanças quando o horário eleitoral começar, em 19 de agosto. “Se 25% da população dizem que nos conhecem, a gente já chega em simulação em 11% ou 14%. Imagine quando chegar a 100%. Estou confiante, e nunca tive dúvidas de que essa eleição é em dois turnos e está aberta”, disse. “Entre os que já tomaram conhecimento, o próprio Datafolha fez o recorte e viu que a gente se posiciona em primeiro lugar”, reforçou.
Bom humor Mesmo com o cenário rumo ao segundo turno se afunilando, aliados da presidente Dilma não viram com maus olhos a nova pesquisa. A primeira análise é de que ela estancou o ritmo de queda dos últimos meses. Em fevereiro, a intenção de votos para a petista era de 44%, foi para 38% em abril e e agora 37%. Além disso, o medo do desemprego diminuiu e a expectativa sobre a economia, segundo uma fonte governista, apresentou ligeira melhora.
O bom humor não foi abalado nem pelo “Volta, Lula”, reforçado pela indicação na pesquisa de que mais de 70% dos brasileiros querem mudanças e que a maioria desses acredita que o mais indicado para a tarefa é o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Quem estará ao lado de Dilma na propaganda eleitoral?”, indagou um aliado presidencial. Em Cuiabá, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, disse nunca ter esperado que a eleição fosse decidida no primeiro turno.
Análise da notícia
Aproveitando a maré
O crescimento de Aécio Neves (PSDB-MG), verificado nas últimas três pesquisas, vem embalado em alguns fatores essenciais. O primeiro foi o fato de o tucano ter servido-se da propaganda partidária tucana para apresentar-se como alternativa ao modelo petista de governar. Além disso, Aécio tem aproveitado para capitalizar a crise política e ética vivida pelo governo federal com a sucessão de denúncias envolvendo a Petrobras. O senador já falava na ineficiência administrativa na estatal desde 2013 – o assunto foi tema do primeiro seminário organizado pelo PSDB na Câmara quando as queixas se limitavam à manobra contábil. Quando a compra da refinaria de Pasadena veio à tona e a Operação Lava-Jato foi deflagrada pela Polícia Federal, Aécio aproveitou para surfar à vontade, inclusive mobilizando a oposição para a instalação de CPIs – mistas ou composta só por senadores. Por fim, a presidente Dilma também enfrenta uma rebelião em sua base. O blocão da Câmara, com 250 parlamentares, foi o primeiro a aprovar uma comissão externa para investigar a Petrobras. Os deputados do PR defendem o “Volta, Lula”, o PMDB fluminense apoia Aécio. O tucano, inclusive, sonha em subir ainda mais nas pesquisas para descolar o PP de Ana Amélia (RS) e Francisco Dornelles (RJ) das asas petistas. (PTL)
FONTE: http://www.em.com.br/app/noticia/politica/2014/05/10/interna_politica,527299/eleicao-presidencial-esta-cada-vez-mais-proxima-do-segundo-turno.shtml
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.