domingo, 4 de maio de 2014

Especialistas apostam na educação como forma de diminuir a criminalidade


A inserção do jovem no mercado de trabalho e uma legislação mais rígida também são apontados como aliados

Andar pelas ruas sem medo de ser assaltado. Entrar no transporte público sem a sensação de que, a qualquer momento, pode entrar um criminoso armado. Viver em um lugar onde a maioria das casas não tem muros, grades ou cadeados. Há 10 anos, a ajudante de cozinha Marcela Moreira Alves Carvalho, 33 anos, descobriu um jeito novo de viver. Os assombros com a criminalidade desapareceram quase por completo. Voltar de madrugada para casa deixou de ser um problema. E ela passou a caminhar com liberdade pelas ruas sem o receio de ser assaltada. Marcela conquistou a tranquilidade tão distante para os brasilienses em Dielsdorf, distante 15km de Zürich, na Suíça, um dos países mais seguros do mundo.

A ex-moradora do Guará 2 é casada com Gabriel Egloff, com quem teve Nicolas, 5 anos. “Vez ou outra, a gente ouve falar alguma história de violência. Aqui, quando as crianças entram na escola, com 5 anos, vão sozinhas. Eles estimulam a independência desde cedo. Mas eu já falei que o meu filho não vai sozinho, não”, diz Marcela. Segundo ela, o que mais a preocupa é a pedofilia. Segundo ela, a principal diferença entre Brasília e a cidade onde vive é que, lá, quem comete um erro paga por ele. O cumprimento das leis é rigoroso e, mesmo quando a falta não é muito grave, há punições. “Aqui tem multa para tudo”, conta (leia Depoimento).

A pesquisadora Tatiana Lionço defende o trabalho preventivo da polícia (Ana Rayssa/Esp.CB/D.A Press - 13/3/04)
A pesquisadora Tatiana Lionço defende o trabalho preventivo da polícia

Alcançar a excelência em segurança pública de países nórdicos e europeus é um desafio a longo prazo, que não será vencido sem a articulação de diferentes setores. O professor e pesquisador em segurança pública da Universidade Católica de Brasília Nelson Gonçalves Souza assegura que não basta ter um sistema de Justiça Criminal de excelência, se o Estado não oferecer à população acesso de alto nível à educação, ao trabalho e à saúde.

Ações sociais
Outros especialistas ouvidos pelo Correio são categóricos: é preciso reduzir o abismo entre ricos e pobres, pois a violência é reflexo também de uma sociedade injusta e da ausência do governo nas periferias, onde falta o básico: opção de lazer, oportunidade de trabalho, atendimento à saúde, escolas de qualidade e saneamento básico.

FONTE: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2014/05/03/interna_cidadesdf,425855/especialistas-apostam-na-educacao-como-forma-de-diminuir-a-criminalidade.shtml

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