segunda-feira, 21 de julho de 2014

Candidatos apostam em propostas inusitadas para conquistar votos


Poupança para recém-nascidos e ministério da Família estão na lista

Até as vírgulas dos programas de governo dos principais candidatos são debatidas exaustivamente antes de serem apresentadas. Propostas fortes e que possam gerar polêmicas são deixadas de lado com medo de que as controvérsias acarretem perda de votos. Já as candidaturas de partidos sem tanta expressividade atuam de maneira oposta ao apresentar propostas que podem assustar parte do eleitorado, mas também servem para marcar posição e colocar os pequenos no jogo político. Nem que seja como franco atiradores, conforme mostra a documentação apresentada pelos partidos à Justiça Eleitoral.


O candidato do PRTB à Presidência, Levy Fidelix, promete, em seu programa, que todo brasileiro que nascer durante o governo dele ganhará uma poupança de R$ 2.040, que poderá resgatar quando completar 21 anos. Fidelix propõe ainda uma “marcha ao Centro-Oeste”, com a construção de dezenas de cidades planejadas. Outra iniciativa é transformar o Bolsa Família em Salário Família, passando o benefício para o valor fixo de R$ 510. No campo da segurança pública, ele quer privatizar todas as penitenciárias.

Em outra frente, a ideia é revolucionar a gestão de alguns órgãos públicos. “O governo do PRTB colocará um industrial no Banco Central e um banqueiro no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, para que conheçam melhor as agruras de como é difícil produzir com toda a sorte de risco e alta tributação e ainda gerar emprego e renda”, prega o programa do candidato.

Ainda no campo ministerial, o PV, do candidato a presidente Eduardo Jorge, prevê um governo de apenas 14 ministérios, incluindo as pastas da Amazônia, do Nordeste e da Autodefesa. O presidenciável Eymael (PSDC) também preconiza uma redução “drástica” do número de ministérios, mas pretende criar as pastas da Família e da Segurança Pública.

Estatização
Não são apenas alguns dos participantes da corrida ao Planalto que têm propostas inusitadas. A situação se repete nas unidades da Federação. Em Minas Gerais, por exemplo, o programa da candidata ao governo Cleide Donária (PCO) propõe a dissolução da Polícia Militar e um salário mínimo de R$ 3,5 mil, entre outras ideias pouco usuais. “O PCO não tem dois programas, como os partidos burgueses ou de colaboração de classes: um para fazer demagogia com as massas e outro ‘real’, para as eleições”, diz Cleide, que ainda propõe estatizar as escolas particulares e expropriar os grandes laboratórios farmacêuticos.

Já a aliança entre o PSol e o PSTU para o governo de Minas, encabeçada pelo candidato Fidélis, apresentou um programa de 17 páginas, com propostas que também fogem do lugar comum. Entre elas, está o calote da dívida do governo estadual com a União (atualmente em R$ 83 bilhões). “Suspensão do pagamento e auditoria da dívida pública já. Averiguação das irregularidades, com a utilização dos recursos que são drenados para o pagamento de juros a custo exorbitante, para financiar economia popular ecossocialista e política de garantia de direitos”, preconiza o programa do PSol-PSTU. A elaboração do documento teve a participação do Partido Comunista Revolucionário (PCR), que não tem registro no TSE, e das Brigadas Populares, grupo marxista com trabalho nas ocupações urbanas.


O que eles prometem

Confira algumas propostas controversas de candidatos

Eymael (PSDC), presidenciável
» Redução drástica do número de ministérios hoje existentes, mas incluindo, entre as pastas remanescentes, o Ministério da Família e o Ministério da Segurança Pública

Levy Fidelix (PRTB), presidenciável
» Nomear um industrial para o Banco Central e um banqueiro para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
» Transformar o Bolsa Família em salário família, reajustando o valor do benefício para R$ 510
» Dar uma poupança de quatro salários mínimos (R$ 2.040) para cada recém-nascido. O valor poderá ser resgatado quando o beneficiado completar 21 anos
» Privatização das penitenciárias

Cleide Donária (PCO), candidata ao governo de Minas Gerais
» Acabar com o comércio da saúde, por meio da expropriação dos grandes laboratório farmacêuticos
» Salário mínimo de R$ 3,5 mil
» Redução da semana de trabalho para 35 horas em todos os ramos da produção, sem redução dos salários, com dia de trabalho máximo de sete horas
» Dissolução da PM


FONTE: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/politica/2014/07/21/interna_politica,438333/candidatos-apostam-em-propostas-inusitadas-para-conquistar-votos.shtml

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