quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Ex-dirigente afirma que governo Lula intensificou uso político da Petrobras, diz jornal

SÃO PAULO - À frente da diretoria de Gás e Energia da Petrobras entre os anos de 2003 a 2007, o professor Ildo Sauer afirmou que o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aprofundou o expediente de nomeações de "despachantes de interesses" na estatal, prática essa que já existia desde a gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. A informação é do jornal "O Estado de S. Paulo". Sauer é investigado pelo Tribunal de Contas da União, sobre os prejuízos causados pela compra da refinaria Pasadena.

Para Sauer, o caso envolvendo a compra da refinaria de Pasadena, em 2006, nos EUA, demonstra que Dilma Rousseff, atual presidente, na época chefe da Casa Civil e presidente do Conselho de Administração da estatal, se "notabiliza por procurar um culpado sempre que aparece um problema".
- Os conselheiros e mais ainda o presidente têm acesso a toda a documentação. O estatuto permite pedir qualquer dado adicional ou contratar consultoria externa. Ninguém decide com base em resumo. É uma piada - declarou ao jornal.
Quando o assunto da compra da refinaria nos EUA veio à tona, Dilma declarou que foi induzida ao erro por conta de um resumo falho enviado para apreciação do conselho por Nestor Cerveró, ex-diretor da área Internacional da Petrobras. O custo final do negócio alcançou a cifra de US$ 1,24 bilhão.
Ao explicar quem são os "despachantes de interesses", Sauer revelou ao jornal que representam os indicados por partidos da coalizão de governo: - O governo de coalizão do Lula passou a permitir que grupos de parlamentares e partidos se reunissem para indicar dirigentes. Não sei por que eles estavam lá, para fazer gestão eficaz não precisa ter apoio de partido. Acabei demitido porque não ajudava. O que seria "ajudar" até hoje não sei.
Ainda sobre sua demissão da estatal, Sauer citou bastidores para explicar uma suposta conversa entre Lula e um parlamentar a respeito da minha falta de colaboração. Em contrapartida, o ex-presidente se mostrava impressionado com a performance de Paulo Roberto Costa, preso por conta de investigações da Polícia Federal que culminaram na Operação Lava-Jato.
- À medida que foram sendo nomeados despachantes de interesses... Quando fui demitido, diz o folclore que o Lula se queixou a um deputado que eu não ajudava e que ele estava impressionado com Paulo Roberto, que ajudava muito. Não ouvi dele, ouvi de intermediários.
Os citados na matéria não comentaram as declarações de Ildo Sauer. Já o líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), defendeu a convocação do ex-diretor para depor na CPMI da Petrobras.

FONTE: YAHOO

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