sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Marina: ‘Dilma tem que explicar para a população por que está entregando um país pior’


Em Vitória, candidata do PSB à Presidência afirmou que o país ‘não se está mais no processo virtuoso de redução das desigualdades sociais’.

Em entrevista coletiva em Vitória, no Espírito Santo, a candidata à Presidência da República Marina Silva (PSB) comentou o resultado da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) de 2013 e disse que o aumento do desemprego no Brasil e a interrupção na queda da desigualdade social são fruto de políticas erradas adotadas pelo governo de Dilma Rousseff (PT)...

— Além do problema da inflação que está voltando, do crescimento baixo da economia e dos juros que estão altíssimos, agora nós temos essa triste realidade de que o Brasil, que vinha distribuindo renda, está voltando a reconcentrar a renda. Não se está mais no processo virtuoso de redução das desigualdades sociais. Há um problema grave de reconcentração de renda. Os 10% mais ricos estão ficando cada vez mais ricos e os 10% mais pobres estão ficando cada vez mais pobres. A presidente Dilma tem que explicar para a população brasileira por que ela está entregando um país pior do que ela encontrou. E nós vamos investir em políticas sociais, recuperar a capacidade do estado de favorerer os investimentos para que se possa ter os recursos para manter os programas sociais, mas também fazer com que o nosso país volte a crescer e gerar qualidade de vida para nosso povo — declarou.

A Pnad mostrou que após 12 anos de queda consecutiva, a desigualdade de renda voltou a subir no país. O índice de Gini da renda do trabalho subiu de 0,496, em 2012, para 0,498, em 2013. Mesmo durante a crise financeira internacional, a redução da desigualdade tinha se sustentado. O Índice de Gini mede a desigualdade de renda e quanto mais perto de 1, pior o cenário. A taxa de desemprego também piorou e, pela primeira vez desde 2009, subiu no país, passando de 6,1%, em 2012, para 6,5%, em 2013.

Marina Silva também falou sobre a distribuição dos royalties do petróleo.

— A tradição que nós defendemos sempre foi a de honrar compromissos, honrar contratos. Quem não é capaz de fazer isso é o atual governo que tem perdido cada vez mais credibilidade. Nós temos um sistema em que os contratos anteriores serão mantidos. O que foi aprovado nesse momento está no Suprero Tribunal Federal para decisão da Justiça, e estamos aguardando que seja tomada uma posição que favoreça os estados produtores, sem prejuízo de que essa riqueza possa beneficar todo o país como é a grande expectativa que se tem em relação aos recursos do pré sal para a saúde e educação — afirmou a candidata.

Durante a entrevista coletiva, em que esteve acompanhada do vice Beto Albuquerque, Marina Silva falou sobre os ataques que tem recebido dos adversários.

— Os nossos adversários estão aparavorados, desesperados, inclusive os cabos eleitorais da presidente Dilma, com a possiblidade de que o povo brasileiro está demonstrando de fazê-los perder. Nós estamos felizes, animados com o movimento verde e amarelo, numa verdadeira pororoca de esperança para ganhar a Presidência do Brasil e mudar e melhorar a qualidade da gestão publica. Queremos o debate e não o embate — disse ela, que voltou a cobrar um plano de governo de Dilma Rousseff e Aécio Neves.

— Nós temos um plano de governo que foi feito em parceira com a sociedade. Quem acha que vai fazer um plano de governo sozinho é a velha politica, que tem a visão de que faz as coisas para as pessoas, e não com a pessoas. É por isso que nosso movimento é forte, porque a sociedade é convidada para formar e implementar o plano. Isso dá no que está acontecendo na Petrobras, nas agências reguladoras, na Eletrobrás e em vários setores que não estão funcionando. A sociedade avancou e quer contribuir. A velha política não apresentou um plano de governo. Gostaria muito de poder conhecer o que pensa a Dilma para resolver a inflação, os juros altos, a corrupção. E a mesma coisa de Aécio, que fala muito de programa, mas não tem um para apresentar a sociedade brasileira — alfinetou.
Fonte: Por BRUNO DALVI, O Globo 

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