Por Ricardo Callado - Os candidatos ao Palácio do Buriti tem uma certeza: o ex-governador José Roberto Arruda (PR) estará no meio do caminho. Ele irá até o fim. Com a candidatura pendurada em recursos na Justiça ou com o seu deferimento.
Na terça-feira (9), a 1ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) analisa recurso especial da defesa de Arruda pedindo anulação da condenação por improbidade administrativa. Ele argumenta de que o juiz responsável pelo processo na primeira instância, Álvaro Ciarlini, seria suspeito para julgar ações relativas à Caixa de Pandora.
Se o resultado do recurso for favorável, o ex-governador tem a candidatura liberada e derruba a impugnação decidida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em agosto. Assim, caem as decisões em primeira e segunda instâncias do Tribunal de Justiça do DF, a impugnação no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e a do TSE. E Arruda terá sua ficha limpíssima.
Caso a decisão seja contrária ao ex-governador, ainda poderá recorrer ao próprio STJ, ao TSE, onde já aguarda recurso, e ao Supremo Tribunal Federal (STF). Essa tramitação não deve acontecer até o primeiro turno das eleições, marcado para 5 de outubro.
Ou seja, caso Arruda confirme as pesquisas de intenção de voto e ganhe no primeiro ou segundo turno, teremos um terceiro turno que será decidido nos tribunais. E vai criar uma instabilidade jurídica na política do Distrito Federal. De novo.
Mesmo pressionado por alguns aliados a abandonar a disputa, o ex-governador dá mostras de que pretende ir até o fim. Arruda é um sobrevivente político. Isso é inegável. E é daí que vem a sua força eleitoral e apelo junto a população. O eleitor gosta de quem tem atitude.
As campanhas dos dois principais concorrentes de Arruda, o governador e candidato à reeleição Agnelo Queiroz (PT) e o senador Rodrigo Rollemberg (PSB) devem trabalhar com a perspectiva de enfrentar o ex-governador.
Para Agnelo e Rollemberg seria melhor ter Arruda fora do caminho. Como isso parece não ser possível, um mira a artilharia no outro para ir ao segundo turno. A disputa real hoje é entre os candidatos do PT e do PSB.
Agnelo ainda tem outro adversário real e arrasador: a sua rejeição. Acima dos 40% o percentual dos que dizem não votar nele de jeito nenhum, não adiantaria ir ao segundo turno porque seria cheiro de derrota na certa. É preciso não só conseguir eleitor para si mesmo, como convencer o eleitor dos adversários no primeiro turno de que merece a confiança na fase seguinte da campanha.
Nesse quesito Rollemberg está tranquilo. Tem a menor rejeição entre os candidato ao Governo do Distrito Federal. E isso pode fazer a diferença num segundo turno. Mesmo contra o ex-governador Arruda, que tem uma rejeição também alta, beirando os 30%.
Para ser governador novamente, Arruda precisa vencer a disputa nos tribunais. Se for para um segundo turno contra Rollemberg, a disputa ficaria equilibrada. O candidato do PSB herdaria boa parte dos votos do PT.
Se o segundo turno for entre Arruda e Agnelo, os votos de Rollemberg seriam divididos. E seria uma disputa entre candidatos com alta rejeição. Cresceria o número de brancos, nulos e abstenções. Venceria aquele que se colocar como menos problemático. Que traria menos problemas para a vida do cidadão. O menos pior.
Um embate entre Agnelo e Rollemberg seria o do oposto da rejeição. Rollemberg teria grandes chances por herdar os votos de Arruda e ser menos rejeitado.
As chances de Agnelo é ir ao segundo turno contra Arruda e conseguir tirá-lo na justiça. Uma decisão dando posse ao segundo colocado, colocaria o petista mais quatro anos do Palácio do Buriti. Por isso que Arruda gostaria de liquidar a fatura no primeiro turno.
Ou seja, se as eleições fossem hoje o cenário seria o seguinte: Arruda é imbatível no primeiro turno; Quem for para o segundo turno com Agnelo ganha; e, quem for para o segundo turno contra Rollemberg perde.
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