quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Ajuda para candidatos. Gim, o tesoureiro informal

gim2014

 A pergunta que não quer calar…. Por que os deputados distritais querem criar uma barreira de imunidade contra futuros processos por quebra de decoro?

Uma das empresas envolvidas na Operação Lava-Jato, a UTC Engenharia apostou nas eleições do Distrito Federal. E foi generosa. A empreiteira, cujo presidente, Ricardo Pessoa, está preso por suspeita de corrupção nos contratos com a Petrobras, doou R$ 3,1 milhões, distribuídos entre o PRTB, PMN, PR e DEM, da coligação liderada por Jofran Frejat…

Entre os candidatos majoritários, José Roberto Arruda (PR) e Alberto Fraga (DEM) receberam R$ 1 milhão, cada. “Há 50 dias, quando houve a doação, ninguém sabia do envolvimento da empresa nessa confusão. Aceitei porque era uma construtora nacional, sem contratos no DF e nunca estive com ninguém da diretoria”, justifica Fraga.
Distribuição
No clã Roriz, Joaquim Domingos Roriz Neto (PMN) e Liliane Roriz (PRTB) tiveram as campanhas praticamente bancadas pela UTC Engenharia. O neto do ex-governador recebeu R$ 537 mil do montante total de R$ 585 mil arrecadado na disputa a um mandato de deputado federal. A distrital se reelegeu com o apoio de uma bolada de R$ 1.045.000 da empreiteira. Apenas R$ 400 partiram de outro doador. O dinheiro entrou pelos partidos e foi distribuído entre os candidatos da coligação de Frejat.

Doadora em delação
A Toyo-Setal Empreendimentos, outra empresa investigada na Operação Lava-Jato, doou R$ 1,9 milhão para o PR, que transferiu o dinheiro para a campanha de Arruda. Um dos executivos da empreiteira já fez acordo de delação premiada e admitiu participação no esquema da Petrobras.

Repasses
Quando Luiz Estevão disse que queria eleger uma bancada na Câmara Legislativa, não estava blefando. Duas empresas ligadas ao empresário doaram juntas R$787 mil para campanhas de deputados distritais do PRTB e PMN. A LCC Empreendimentos repassou, segundo prestação de contas à Justiça Eleitoral, R$ 584 mil. A Manifesto Construções contribuiu com R$ 203 mil.

Sem distinção de ideologia
Outras empresas investigadas na Lava-Jato, a Galvão Engenharia, a Odebrecht e a OAS também investiram em candidaturas no DF. Primeiro suplente de deputado federal, Alírio Neto recebeu da Galvão, por meio do seu partido, o PEN, R$ 534 mil, metade da grana que usou na campanha. Como parte das contribuições da OAS ao PT, a campanha do governador Agnelo Queiroz (PT) obteve R$ 2,1 milhões da empreiteira baiana, de um total de R$ 16,6 milhões.

O tesoureiro informal
Nos bastidores, integrantes da campanha Arruda-Frejat contam que o grande arrecadador de recursos para a coligação dos partidos PR-DEM-PRTB-PMN-PTB foi o senador Gim Argello (PTB-DF). Com muita influência nacional e conexões políticas, Gim se comprometeu a ajudar os aliados na parte financeira. Ele fazia os contatos com diretores de empresas e os apresentava aos candidatos.


Fonte: Correio Braziliense/ Coluna Eixo Capital/Por ANA MARIA CAMPOS.

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