sábado, 17 de maio de 2014

"Peço desculpas por ter colocado Rômulo no mundo", diz mãe de assassino

A mãe do jovem que confessou a morte de duas crianças em Ceilândia faz um apelo à família das vítimas; ao Correio, diz não entender a atitude do filho, expulso de casa porque não parava nos empregos

Rômulo Nascimento: mentiras levaram a mãe e a namorada a sugerirem que procurasse um psicólogo (Bruno Peres/CB/D.A Press - 12/5/14)
Rômulo Nascimento: mentiras levaram a mãe e a namorada a sugerirem que procurasse um psicólogo

“Só posso pedir perdão para a mãe e o pai dessas crianças que o meu filho matou. Peço desculpas por ter colocado o Rômulo no mundo.” O desabafo de Gislene Rosa Nascimento, 49 anos, mãe de Rômulo Nascimento, 21 anos, preso por atear fogo a uma casa em Ceilândia e provocar a morte de duas crianças na última segunda-feira, é também a expressão da dor. Em entrevista ao Correio, a cozinheira que chegou ao Distrito Federal há mais de 30 anos e aqui teve cinco filhos diz não entender o que levou o filho a cometer “aquela loucura”.

Gislene busca na memória algum acontecimento capaz de dar pistas sobre o lado sombrio do filho, fruto de um namoro rápido. “O pai dele chegou a registrá-lo, mas nunca me ajudou em nada. Depois, sumiu”, conta. Rômulo tem quatro irmãos — de 28, 26, 19 e 6 anos, três homens e uma mulher — e sempre alimentou ódio pelo pai. Apesar das muitas dificuldades para sustentar a casa e as crianças, a mãe garante que nunca faltou amor.

A família sempre morou em Santa Maria, lugar onde Gislene ainda vive com o filho mais novo. Segundo ela, foi somente no início da adolescência que Rômulo começou a despertar preocupação. “Ele mentia por tudo e aquilo me assustava. Dizia que eu tinha carro, que morávamos em uma mansão. Quando os colegas descobriam que era invenção, ele virava motivo de piada”, recorda.

Perto de completar 18 anos, o jovem abandonou a escola, onde cursou até o 1º ano do ensino médio. Inconformada com a situação, a mãe tentou convencê-lo a retomar os estudos, mas, diante da resistência do garoto, passou a exigir que ele trabalhasse.

A família arrumou vários empregos para Rômulo, mas ele costumava abandoná-los poucos dias depois de começar. Há dois anos, cansada das desculpas, deu um ultimato ao filho. Ele, então, saiu de casa e passou a morar de favor na residência de amigos e conhecidos, cada dia na casa de um. Antes de ser preso pelo crime, vivia com a namorada.


FONTE: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2014/05/17/interna_cidadesdf,427985/peco-desculpas-por-ter-colocado-romulo-no-mundo-diz-mae-de-assassino.shtml

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