sexta-feira, 16 de maio de 2014

Rodada de manifestações contra a Copa do Mundo tem tumulto em São Paulo


A menos de um mês para o torneio, manifestantes saíram às ruas de cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília

Milhares de manifestantes de todo o Brasil se reuniram em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Brasília contra a realização da Copa do Mundo no País e por moradias, melhores serviços públicos e de condições de trabalho.
Protesto anti-Copa tem tumulto e detidos em São Paulo. Foto: Daniel Sobral/Futura Press
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No início da noite, dois mil manifestantes se concentravam na praça do Ciclista, na avenida Paulista, enquanto cerca de cinco mil professores em greve marchavam para a a sede da Prefeitura de São Paulo.
Logo que a manifestação deixou a praça do Ciclista e tomou a rua da Consolação, um grupo de black bloc iniciou um tumulto, construíndo uma barricada com lixo e ateando fogo. Houve bastante tumulto e corre-corre. Um grupo de manifestantes pichou alguns portões e tentou invadir uma loja. Eles impediram a passagem de ônibus e provocaram a Polícia Militar, que reprimiu o ato com bombas de gás, dispersando parte dos manifestantes. Meia hora antes, e 20 pessoas já haviam sido detidas pela PM portando coquetéis molotov e martelos enquanto subiam a rua Augusta.
A partir de então, grupos se dispersaram pela região. Alguns desceram a Augusta, enquanto a maioria foi para a frente do estádio do Pacaembu, onde foi recebida por um ônibus do choque. A Polícia Militar prendeu mais sete pessoas e os encaminhou para 78° Distrito Policial, nos Jardins. 
Enquanto isso, no Rio de Janeiro, quatro manifestantes, entre eles o Batman Eron de Melo, subiram na estátua do Zumbi dos Palmares. Em cartazes, lia-se em inglês "Queremos escolas e hospitais padrão Fifa" ou "F*** a Copa do Mundo". Às 19h10, o grupo chegou na Prefeitura e todas as pistas da Presidente Vargas ficaram fechadas.
Por volta das 19h40, professores e membros de partidos políticos terminaram a passeata. Cerca de 200 manifestantes, entre eles vários mascarados estão voltaram em direção à Central do Brasil. Antes, uma pequena confusão entre black blocs e PMs foi contida quando os policiais foram cercados pelo grupo e dispersaram usando spray de pimenta. Alguns deles quebraram luminárias e pararam o trânsito novamente no sentido zona norte.
Os mascarados pegaram paus e pedras e ainda bloqueiam a Presidente Vargas, quando o clima ficou tenso. Às 20h10, PMs foram dispersando os ativistas com spray de pimenta e revistas individuais, com três policiais para cada manifestante.
Em Belo Horizonte, Minas Gerais, cerca de 2 mil manifestantes queimaram objetos em frente à prefeitura, como catracas. Durante a caminhada contra a Copa, eles bloquearam ruas e contiveram os focos de tumulto. Sem confusão, a marcha foi encerrada na Praça da Liberdade, no centro.
Copa sem povo
O próprio local de abertura da Copa foi palco de uma das manifestações desta quinta-feira, quando integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) marcharam para lá a partir de um acampamento montado em um terreno ocupado a 3 quilômetros do estádio. Além dos gritos de ordem, eles atearam fogo a pneus.
Taba Benedicto/Futura Press
São Paulo é uma das cidades palco de protestos contra a Copa do Mundo
A polícia formou um cordão de isolamento no entorno da arena para impedir o avanço dos manifestantes, que montaram uma barricada com pneus em chamas em uma rua de acesso ao estádio. De acordo com o MTST, cerca de 1.500 pessoas participaram da manifestação.
Em alusão ao Mundial e às manifestações que levaram milhares de pessoas às ruas no ano passado, o MTST divulgou um manifesto com o nome "Copa sem povo, tô na rua de novo!". O documento reivindica mais recursos para transporte, saúde e educação, demandas que também motivaram os protestos de junho do ano passado. 
Brasília e Recife
Já em Brasília o mesmo movimento invadiu um prédio da empresa Terracap, estatal do governo do Distrito Federal responsável pela construção do Estádio Nacional Mané Garrincha, o mais caro da Copa com custo estimado em R$ 1,4 bilhão.
O MTST disse em sua página oficial no Facebook que membros do grupo foram expulsos do local em uma "ação truculenta da polícia" e que permaneceriam do lado de fora do prédio até serem recebidos por autoridades para apresentar suas demandas.
De acordo com uma porta-voz da polícia do DF, houve uma "ação normal e sem violência" para retirada de cerca de 300 manifestantes do interior do prédio, e o grupo que permaneceu do lado de fora era inferior a 100 pessoas.
Em Recife, cidade que receberá cinco partidas do Mundial, uma greve de bombeiros policiais militares provocou episódios de violência e saques nas ruas da cidade. No final da noite, uma comissão se reuniu com o governo do Estado para decidir o futuro da greve e decidiram acabar com a paralisação e voltar ao trabalho imediatamente.
Também será encaminhado à Assembleia Legislativa um projeto de cargos e carreiras para a categoria, além de incorporação do risco de vida ao salário. A proposta deverá ser votada até 30 de julho.
As manifestações nacionais de hoje começaram logo cedo, quando um grupo utilizou pneus queimados para bloquear a rodovia Anhanguera, na altura do limite entre São Paulo e Osasco, no sentido à capital paulista. A via acabou liberada, mas o protesto provocou enorme congestionamento na região.
Os protestos contra a Copa acontece no momento em que os atrasos nas obras de estádios ganha as manchetes no Brasil e no exterior. 
*Com Reuters, Agência Brasil e O Dia


FONTE: http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2014-05-15/com-tumulto-em-sp-protestos-reunem-milhares-de-brasileiros-contra-a-copa.html

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