quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Candidatos insistem no tema Ficha Limpa no primeiro debate televisionado


Toninho foi o que mais atacou as pretensões do ex-governador de voltar ao poder

Não faltaram referências à Lei da Ficha Limpa nesse que foi o primeiro debate televisionado depois da decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na semana passada, que barrou o registro da candidatura do ex-governador José Roberto Arruda (PR). O tema esteve no centro do discurso principalmente de Toninho do PSol, autor da representação no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) contra o candidato do PR. Arruda, por sua vez, tentou se defender como pôde e se abrigava na busca de uma discussão mais propositiva. “É isso que a população quer da gente”, disse. Luiz Pitiman (PSDB), por sua vez, trocou farpas com Toninho e defendeu um Estado mínimo, enquanto o candidato do PSol o apontava como representante dos empresários.

Toninho foi um dos principais críticos no debate, exigindo que Arruda desistisse da disputa. “A população se sente insegura diante da sua insistência em se tornar candidato. O caminho mais correto seria o seu afastamento.” Diante da persistência de Toninho, Arruda fez uma metáfora futebolística. “Isso é como um jogo de futebol. Temos juízes para decidir. Um jogador não pode dar cartão vermelho para um adversário”, comparou o ex-governador do DF.

Pitiman também foi bastante atacado por Toninho. Os dois representam campos ideológicos opostos: enquanto o candidato do PSol é declaradamente a favor da ampliação da participação do Estado, o tucano é um liberal e quer levar para a administração pública sua experiência na iniciativa privada. “O senhor quer governar o Estado como se fosse uma empresa. E as coisas não funcionam assim. Esse modelo está falido”, afirmou Toninho. Pitiman demonstrou irritação e, nas considerações finais, foi irônico. “Não vou perder o meu tempo com o Toninho do PSol, que já foi Toninho do PT e hoje não sabe o que representa”, atacou.

Já no seu pronunciamento final, Toninho voltou a relacionar Arruda à condenação em segunda instância do Tribunal de Justiça do DF e dos Territórios (TJDFT) por improbidade administrativa. “A Lei da Ficha Limpa é uma conquista da população e não pode ser jogada fora no DF”, afirmou, acrescentando que os eleitores precisam analisar o passado e a trajetória política dos concorrentes. Apesar dos embates, no fim do encontro, Arruda e Toninho conversaram educadamente. O candidato do PR não se abalou com os ataques. Estava satisfeito com a polarização entre os principais adversários — Agnelo Queiroz, do PT, e Rodrigo Rollemberg, do PSB.

Ironia

Arruda também tentou traçar uma linha divisória entre ele e Pitiman, de um lado, com os demais concorrentes — Agnelo, Rollemberg e Toninho — de outro. “Eu não sou um bom analista político. Mas eles parecem ser bem próximos. Até as roupas que eles escolheram para o debate são parecidas”, ironizou, arrancando gargalhadas do público que acompanhava o confronto em um telão no auditório do Correio.

Alvo dos demais concorrentes — principalmente Toninho —, Arruda não recebeu o mesmo tratamento de Luiz Pitiman, que integrou seu governo. Pelo contrário, o tucano, em uma das perguntas, até abriu oportunidade para que o ex-governador do DF fizesse uma crítica a Agnelo e Rollemberg. Os dois, aliás, defenderam um modelo de administração com o Estado menos intervencionista.


FONTE: CORREIOWEB

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