quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Cientistas políticos: candidatos buscaram exaltar falhas de oponentes

A discussão de projetos, segundo os especialistas, ficou em segundo plano



O objetivo dos candidatos ao Governo do Distrito Federal que participaram do debate promovido pelo Correio e pela TV Brasília, na opinião de cientistas políticos e especialistas em marketing político, foi de desconstruir a imagem de seus adversários na tentativa de conquistar votos. Propostas de governo deram lugar a críticas pessoais e demonstraram ao eleitor a fragilidade dos discursos de cada concorrente ao Palácio do Buriti. Segundo os especialistas, o debate terminou sem um vencedor, mas cada postulante teve bom desempenho dentro das respectivas estratégias políticas.


Segundo os especialistas, essa pode ser uma estratégia dos concorrentes para reunir críticas na reta final das eleições. O pesquisador da Universidade de Brasília (UnB) e doutor em ciência política Leandro Rodrigues avalia que pouco poderá ser aproveitado do debate pela população. “As falhas do adversário que eles tentaram mostrar, do jeito que foram faladas, soltas, no disse me disse, tornaram a conversa descontraída e belicosa, quase algo pessoal, que o cidadão que não acompanha diariamente a política não entende”, diz.



Além disso, segundo o cientista político, os postulantes perderam a chance de apresentar propostas para a cidade e ganhar quem, até agora, não decidiu em quem votar. “Não pareceu que o interesse era resgatar o voto do eleitor que vai votar em branco ou nulo, por exemplo. O Arruda foi o que se preocupou em falar de planos de governo, até porque ele está na frente nas pesquisas de opinião. Talvez, até prevendo uma perda no STF, incentivou a polarização do debate entre Agnelo e Rollemberg”, comentou Rodrigues.

Para o consultor político Alexandre Bandeira, a polarização entre Agnelo e Rollemberg representa a disputa para definir qual dos dois seguirá para segundo turno, enquanto Pitiman e Arruda flertam com um apoio mútuo na segunda etapa da eleição. “A estratégia de cada um foi de crescer criticando o menor adversário. Pitiman levantou a bola de Arruda, Rollemberg criticou Agnelo, e Arruda teve liberdade para discursar. Toninho e Pitiman abordaram a questão da gestão pública para se diferenciarem, enquanto Agnelo tenta conquistar o reconhecimento dos demais candidatos para suas realizações. Causou surpresa o fato de apenas Toninho ter questionado Arruda sobre sua candidatura, já que todos os demais candidatos têm interesse na queda de Arruda nas pesquisas”, avalia.

Para o consultor político Sandro Gianelli, o embate entre Agnelo e Rollemberg foi pautado pelas pesquisas eleitorais, que colocam os dois candidatos empatados. “Agnelo e Rollemberg se atacando demonstra que as pesquisas influenciam as estratégias de cada um. O que podemos acompanhar foram tentativas de desconstrução da imagem dos adversários. Arruda segue com boa oratória e com o controle do debate. Pitiman busca se tornar mais conhecido e Toninho segue sua linha ideológica tradicional, sem novidades”, diz.


FONTE: CORREIOWEB

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