terça-feira, 16 de setembro de 2014

Disputa pela reeileição se agrava dentro do PT


Com o desafio de reeleger pelo menos quatro distritais, petistas brigam por espaço e criticam privilégios de candidatos novatos
Millena Lopes
millena.lopes@jornaldebrasilia.com.br

O desafio de reeleger pelo menos quatro  distritais tem acirrado a disputa interna dentro do PT-DF. Na coligação com o PP, a chapa tem seis deputados concorrendo à reeleição, no total. O surgimento de candidatos sem mandato e com muito potencial de abocanhar uma das cadeiras na Câmara Legislativa é motivo de mais briga ainda dentro da legenda. 
Dos que correm por fora, sem mandato, Ricardo Vale (PT) é apontado como favorito para entrar na Casa, já que conta com o apoio do irmão - o conselheiro do Tribunal de Contas do DF,  ex-distrital e ex-secretário de Governo do DF, Paulo Tadeu. Vale é um dos candidatos que têm causado discórdia entre  petistas, por ter privilégios. Ele, que acaba de chegar, tem direito, por exemplo, aos mesmos 11 segundos diários que têm os distritais no horário eleitoral. 
Diplomático, ele minimiza os sinais da crise  e diz que as disputas fazem parte do jogo político. Ele diz que  é um desafio conseguir se eleger numa coligação tão disputada, apesar de confiar na história política familiar. "Sempre estive lado a lado com meu irmão Paulo Tadeu, em todas as lutas que ele travou. Por isto, me sinto em condições de disputar de igual para igual com os adversários”.
Estratégia
O tratamento VIP recebido dentro do partido é apenas uma "estratégia de disputa eleitoral que permita eleger o máximo possível de candidatos", nas palavras de Vale. Ele argumenta que o tempo de TV foi definido pela direção regional do partido e valoriza as figuras do partido. "O fato de não ter cargo ou mandato não significa que o candidato não tenha projeção na sociedade", explica. 
O presidente da Câmara Legislativa, Wasny de Roure, que disputa  uma das vagas, confirma as disputas internas e o privilégio de alguns. 
Ele argumenta que a decisão do comando  do PT, quanto à distribuição do tempo de TV,  "tomada sem nos consultar", não leva em conta a sigla como um todo. "No meu modo de entender, essa decisão foi contra o partido", reafirma.
Wasny diz que tem trabalhado, em sua campanha, "de maneira respeitosa" e que é a favor da renovação da Câmara Legislativa, mas que uma eleição deve se basear em um trabalho concreto. "Não basta ter muito dinheiro, ter amigos importantes", critica o presidente da Casa.  

Sem tempo para crise
“Se tem crise, não fui eu que criei”, desconversa o deputado distrital Cláudio Abrantes. “Não tenho tempo para crises”, continua ele, dizendo que está muito mais preocupado com sua campanha à reeleição.

Importante é ter  padrinho influente
Chico Leite (PT),  deputado distrital que também tenta a reeleição, faz coro: "O ideal seria que os melhores colocados nas pesquisas tivessem mais tempo. O problema grave é a falta de critério. Isso significa que a direção do partido privilegiou uns em detrimento de outros", reclama do que  chama de "um dos vários problemas que tem a direção do PT".
Presidente do PT-DF, o deputado federal Roberto Policarpo diz que  a executiva, “que tem representação de todas as forças políticas do PT”, aprovou o critério adotado, por unanimidade: "Demos um tempo especial para quem já é deputado e para quem tem potencial". 
Os oito candidatos que ganharam o mesmo tempo de TV, segundo Policarpo, são  os  quatro deputados distritais;  Rejane Pitanga e Dirsomar Chaves, que, na última eleição, ficaram na suplência; Deniel Seidel, indicado da então distrital Arlete Sampaio. Além, claro de Ricardo Vale, que, nas palavras de Policarpo, conseguiu espaço "por ser irmão de Paulo Tadeu, que, foi distrital com mais de 30 mil votos e federal com mais de 60 mil".

Chamada
Como resultado da crise interna,  os candidatos majoritários do PT têm caído nas pesquisas. Para tratar do assunto, ontem, em reunião, os petistas foram chamados a reforçar a campanha do candidato ao Senado, Geraldo Magela  e do governador Agnelo Queiroz.

Saiba mais
 
Considerando que o PT espera eleger quatro distritais, os distritais que já têm mandato disputam espaço com novatos considerados “promissores”. Entre as ameaças, estão Rejane Pitanga, Daniel Seidel, Ricardo Vale, Dirsomar Chaves, João Osório e Risomar Carvalho.  
 
Outro assunto que irrita os distritais petistas é a coligação com o PP, que espera reeleger Doutor Michel e Paulo Roriz, pelo menos. Haja voto!
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília

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