terça-feira, 21 de outubro de 2014

Petrolão faz petistas roerem as unhas: o debate que você não viu


Se o confronto foi morno diante das câmeras, com Dilma e Aécio na retranca, na plateia o clima era quente - e tenso. A seguir, os bastidores do debate



O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, chega para o debate realizado pela Rede Record em São Paulo, neste domingo (19)
O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, chega para o debate realizado pela Rede Record em São Paulo, neste domingo (19) - Ricardo Matsukawa/VEJA.com
Petrolão - A pergunta de Aécio Neves (PSDB) a Dilma Rousseff (PT) sobre a acusação de Paulo Roberto Costa contra o petista João Vaccari Neto deixou a fileira do PT na plateia em estado de atenção total. Os ministros Aloizio Mercadante, José Eduardo Cardozo, Miguel Rossetto e o governador da Bahia, Jaques Wagner, levaram a mão ao rosto durante a resposta de Dilma - uns esfregaram o rosto, outros chegaram a roer as unhas.
Pernambuco - Depois de pedir incansavelmente para que Dilma e Lula fossem para Pernambuco, o senador Humberto Costa apareceu no debate da TV Record. "Eles não vão conseguir entregar o que prometeram, a vitória em Pernambuco", disse, sobre os ex-aliados do PSB-PE. Segundo o senador, pesquisas internas do partido mostram Dilma com folga na frente do tucano em Pernambuco.
Cestinha - Convidado do PSDB, o ex-jogador de basquete Oscar Schmidt, que lutou contra um câncer, capitaneou as críticas a Dilma na plateia. "Onde está o tesoureiro? Alguém viu?", ironizou sobre a ausência de João Vaccari Neto, enrolado até o pescoço no esquema de corrupção na Petrobras.
Crachá - Sem jeito, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, tentava remendar a credencial que arrebentou antes mesmo das primeiras falas de Dilma. Ao final, apelou para um nó e resolveu o problema.
Álbum - Derrotado pelo tucano José Serra, o petista Eduardo Suplicy passou parte do debate tirando fotos. E resumiu uma boa notícia em meio a maré negativa: o Santos bateu neste domingo por 3 a 1 o arquirrival Palmeiras.
Primeirão - As principais autoridades do staff da presidente-candidata Dilma Rousseff tiveram de se contentar em ficar apenas na quarta fileira da plateia, o que motivou piadas entre os tucanos, posicionados estrategicamente "no gargarejo". "Bem feito, chegamos primeiro", comemoravam os deputados Antônio Imbassahy e Paulo Abi-Ackel.
Bateu, levou - O marqueteiro do PT, João Santana, tropeçou no palco e se estabacou no chão logo no início de debate. Aos pés de Dilma, foi socorrido, sem jeito, pelo jornalista da Record Celso Freitas.
Cadê a claque? - O governador da Bahia, Jaques Wagner, e o ministro Miguel Rossetto, de longe os mais empolgados petistas na plateia, comemoraram abertamente as falas de Dilma sobre inflação e, por via das dúvidas, convocaram a plateia, olhando recorrentemente para trás em busca de apoio.
'É isso aí' - O ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e o presidente do PT, Rui Falcão, vibravam e acenavam com a cabeça, em sinal de aprovação, cada vez que Dilma atacava Aécio e tentava minimizar o impacto das revelações do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.
Só no pancake - Com transmissão em HD, a presidente-candidata Dilma Rousseff fez questão de utilizar uma maquiagem especial. "É uma Make-up Forever", justificou o "ministro do cabelo", Celso Kamura.
Rá! - Ao final do primeiro bloco do debate, diante de palmas efusivas da claque do PT, petistas faziam piada: "As palmas mostram que pelo menos aqui a gente está ganhando", disse o deputado Paulo Teixeira.
Cobras e lagartos - Os primeiros palavrões vindos da plateia ocorreram quando o candidato Aécio Neves acusou o governo de não ter fornecido água aos nordestinos com a Transposição do Rio São Francisco. Outros impropérios também foram ouvidos ao longo da noite.
Recado - Apesar de ligados no WhatsApp, os petistas escreveram bilhetinhos em papel para João Santana, marqueteiro de Dilma. Também usaram post-its para marcar os lugares no estúdio.
Wally - Figura rara nos debates entre os presidenciáveis, o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), assistiu ao debate sem desgrudar o olho de Dilma e Aécio nos dois monitores de TV virados para a plateia. Sentado ao lado da cúpula petista, só sorriu ao ver Aécio mandar um abraço para José Ivo Sartori (PMDB), candidato que virou as eleições no Rio Grande do Sul e agora é favorito contra o governador Tarso Genro (PT).
Sansão - O cabeleireiro oficial de Dilma, Celso Kamura, foi posicionado na segunda fila da plateia, com livre acesso ao palco. O '"hair stylist" ficou preocupadíssimo com uma falha na iluminação que conferia a Dilma uma sombra em sua face esquerda.
Bola dividida - A divisão de tela que mostrava ao mesmo tempo os dois candidatos foi criticada pelos petistas. O artifício usado para mostrar as reações dos oponentes conferia a Dilma um ar de "braveza". “Aí é ruim para a gente...", lamentou um membro da comitiva presidencial.
Faixa de Gaza - Na primeira fila, na ala reservada aos convidados dos partidos, uma cadeira separava petistas e tucanos. No estúdio lotado ninguém se atreveu a sentar.
Confiança - O presidente nacional do PT, Rui Falcão, acompanhou todo o debate olhando para a tela que mostrava Dilma em um monitor. "Acho mais agradável ficar só de olho nela...", afirmou. "Ela me passa confiança e paz."
Café com leite - A cada marca do governo de São Paulo citada por Aécio, Alckmin sorria discretamente. Sentado na segunda fila, admitiu: "Ah fico orgulhoso! Dá uma satisfação quase de pai".
Leite quente - Convidados acomodados na plateia comentavam, ao final do segundo bloco, que o debate estava morno em comparação com o enfrentamento anterior, no SBT. "Meio sonolento, né?", questionava um convidado dos tucanos.
Ar e Luz - Aécio deixou os estúdios reclamando da temperatura do ar condicionado e da velocidade do vento sobre ele. Dilma reclamou que tinha de virar de lado para fugir do feixe de luz sobre seus olhos. A presidente afirmou que fez operação de miopia, o que lhe incomoda.
Recuo - Os estrategistas de Aécio decidiram recuar e adotar tom ameno para contrapor a propaganda petista que acusa o tucano de ser agressivo com as mulheres. "Dependia do tom dela, ela baixou, nos baixamos também", disse um dos conselheiros de comunicação. Aécio também tocou a palavra "mentira" pela expressão "não é verdade."
Carioca da gema - Aécio confessou nos corredores do camarim que ficou emocionado com o ato de campanha deste domingo em Copacabana, Rio de Janeiro. "Foi o melhor da minha vida", disse. Aécio disse ter sentido um apoio não ao PSDB, mas agora a ele mesmo.
É nóis - A campanha do PSDB monitorou 24 eleitores indecisos de São Paulo e do Rio de Janeiro ao longo de todo o debate promovido pela Record. Ao final, as pesquisas qualitativas tucanos mostraram que catorze eleitores optaram Aécio, três por Dilma e sete se mantiveram indecisos.
Dilmês - questionada sobre seu temperamento ao longo do debate, a presidente respondeu em Dilmês. "Eu não digo que eu fui uma dilminha paz e amor em tempo integral. Mas digo que eu fui uma dilminha paz e amor sempre que as condições permitiram. Porque também precisa de haver meio ambiente para dilminha paz e amor."
Você por aqui? - Dilma não viu que Temer estava na plateia. Ela foi surpreendida pelo vice-presidente pouco antes de entrar no carro oficial e o cumprimentou. "Ué, você estava aí, Temer? Sabe o que é, eles batem aquela luz e eu não enxergo vocês. Eu fiz operação de miopia, aquela antiga, e quando bate a luz ela reflete na cicatriz e dá um mal estar danado."(Bruna Fasano, Felipe Frazão, Laryssa Borges e Talita Fernandes)

FONTE: VEJA

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