segunda-feira, 3 de novembro de 2014

NOVO GOVERNO Setor produtivo aposta em 2015



Rollemberg Fecomercio
Governador eleito agrada o setor produtivo, como de Construção Civil, que espera a implantação das promessas feitas durante a campanha. Empresários acreditam que haverá um melhor desempenho a partir de 2015

Por CAROL GUITTON LEAL – O governador eleito Rodrigo Rollemberg (PSB) sai vitorioso das urnas e a partir de janeiro de 2015 terá que reverter a situação do Distrito Federal e engrenar mudanças em todos os setores. Durante os meses de campanha, o então candidato teve a oportunidade de participar de sabatinas, a maior parte delas promovidas pelo setor produtivo, e apresentar as propostas para alavancar a economia da cidade. Em outubro, o pessebista esteve na Federação das Indústrias do DF (Fibra) onde apresentou suas propostas para o desenvolvimento da indústria local. Na ocasião, Rollemberg foi enfático ao assumir o compromisso de que “nenhuma medida que afete o empresariado do Distrito Federal será tomada sem ouvir o setor produtivo”. Ele explicou que consultará o setor “em decisões que permeiam desde a indicação de secretários a qualquer outra medida, seja ela de caráter legal seja de caráter administrativo”.

Rollemberg também disse, durante essa caminhada, saber da importância do setor. “Nós sabemos da relevância do setor produtivo para o desenvolvimento do DF. Não posso, como uma pessoa comprometida com Brasília, concordar que, enquanto a região Centro-Oeste cresceu 3,3% no ano passado, o DF tenha crescido apenas 1,1%. Enquanto a taxa de desemprego no Brasil está de 7%, o DF está em 12%”. O candidato antecipou que criará um ambiente de empreendedorismo e inovação. “Esse é o nosso compromisso. Eu não seria candidato a governador para fazer mais do mesmo, eu sou candidato para fazer diferente, mas eu gostaria muito de contar com o setor produtivo para que eu possa fazer uma Brasília melhor”.

Boas propostas para a indústria
Após a decisão nas urnas, o presidente da Fibra, Jamal Jorge Bittar vê o setor otimista com a nova era que terá inicio em 2015. “O setor produtivo, em especial a indústria, está bem otimista quanto ao novo governo. Rollemberg é um político jovem e com boas propostas para o desenvolvimento de Brasília. Contudo, o cenário tem sido desfavorável para a indústria local e, certamente, encerraremos o ano com desempenho pior do que o ano passado. O mais importante, portanto, é que Rollemberg cumpra o compromisso assumido na casa da Indústria, durante sabatina realizada pela Fibra, de que nenhuma medida que afete o empresariado do Distrito Federal seja tomada sem ouvir o setor produtivo”.

Jamal lembrou as palavras que proferiu na época e disse ser imprescindível que a Fibra participe do processo de elaboração e execução das políticas públicas de desenvolvimento do DF para que o setor volte a crescer e aumente sua participação no PIB local. Algumas reivindicações foram feitas para o então candidato. Tais como que Rollemberg esteja atento à pontualidade de pagamento de contratos feitos para o governo local, problema que tem afetado negativamente o caixa e a manutenção das indústrias. O presidente da Fibra citou uma proposta de governo de Rollemberg que contempla uma das necessidades do parque fabril brasiliense. “Tivemos a oportunidade de estudar e esmiuçar o seu plano de governo. Lá consta o estímulo ao desenvolvimento de empresas de Brasília por meio do estabelecimento de preferência nas compras governamentais para empresas locais”.

Adelmir Santana: “O que sentimos nesse momento é que houve uma paralisia nas atividades produtivas em razão do forte esquema burocrático, da falta de ações rápidas. . Foto Cristiano Costa
Adelmir Santana: “O que sentimos nesse momento é que houve uma paralisia nas atividades produtivas em razão do forte esquema burocrático, da falta de ações rápidas. . Foto Cristiano Costa

Fecomércio lamenta estagnação econômica
Adelmir Santana presidente da Fecomércio lembrou da estagnação econômica enfrentada pelo Distrito Federal. “O que sentimos nesse momento é que houve uma paralisia nas atividades produtivas em razão do forte esquema burocrático, da falta de ações rápidas. Do Estado em relação as pretensões empresariais. Há uma dissociação. O tempo do empresário não é o mesmo da administração pública, há um distanciamento enorme entre o nosso tempo e o da administração pública. No que se refere as ações”.

Adelmir observou ainda a necessidade de se encontrar um caminho no sentido que desburocratize o Estado brasileiro para que as empresas se sintam seguras, primeiro em relação ao sistema jurídico e em segundo lugar para que as coisas sejam mais rápidas. “Esperamos que haja uma criação de facilidades para que o sistema se deslanche com mais agilidade. Tenho observado que esta é uma voz recorrente do setor produtivo, de todas as áreas, em que têm apresentado essa reclamação”.

Baseado nos fatores que apontam a economia de Brasília ser centrada na vocação de comércio e serviços, Adelmir Santana explica que o governador eleito tem que ser uma pessoa focada em inovação, em tecnologia, na desburocratização, na simplificação e que ofereça a população a certeza e a segurança de que nós entraremos em um novo caminho. “Brasília dispõe de uma renda alta. Em que os níveis de salários são constituídos significativamente de serviços públicos, tanto federais como distritais, além da forte representação do mundo diplomático no Distrito Federal, no que se refere as empresas trazerem seus escritórios para a cidade. Então, temos uma renda per capita elevada, de consumo elevado. Tal fato tem motivado o crescimento elevado natural da área de comercio e serviço. Na nossa visão, muitos dos problemas estão com as soluções não dentro do Distrito Federal, mas dentro do seu perímetro urbano metropolitano”, ressaltou.

Compromissos ajudam a avançar o setor produtivo
A expectativa, segundo o presidente do Sinduscon, Julio Peres, é em relação a grande demanda que hoje se tem no setor produtivo. “Durante a campanha eleitoral recebemos todos os candidatos para um conversa franca sobre o setor produtivo. Assunto que hoje tornaram-se o grandes empecilhos dos empresários foram colocados em pauta. Tal como, a desburocratização e os problemas com a máquina pública. Também, agilidade aos projetos e liberação de alvarás e habite-se”.

“Rodrigo Rollemberg, na época, se comprometeu com os assuntos e ajudar a avançar. Na parte de obras públicas, falou sobre a necessidade de se realizar projetos e movimentar o setor da construção civil. Como por exemplo contratar empresas para construção de creches. Outro marco da entrevista do governador eleito diz repeito a manutenção de escolas e hospitais. Estes contratos precisam ter andamento. Estas são linhas gerais das expectativas”, lembrou Peres.

Mercado do DF precisa ser competitivo
O Sindicato do Comércio Atacadista do Distrito Federal (Sindiatacadista/DF) que representa o atacado do Distrito Federal, o terceiro maior arrecadador de ICMS do DF, espera que haja um acesso fácil para dialogar com o governo. “Uma vez que somos quem abastece o varejo, que, por sua vez, atende a sociedade, o nosso diálogo não estabelece privilégios, mas a construção de condições válidas para as empresas que investem nessa região. Por diversas vezes, a falta de diálogo entre governo e setor pode gerar tomada de atitudes ou a falta delas dissonantes da realidade”, explicou o presidente interino do Sindiatacadista/DF, Roberto Gomide.

O Sindiatacadista fez um levantamento no setor sobre a expectativa dos empresários do atacado diante do próximo governo, e transformaram isso numa cartilha, entregue aos candidatos ao governo do DF e aos deputados distritais. “Nós sabemos da importância de esclarecer diversos pontos e particularidades de um setor que se difere de outros, por não trabalhar diretamente com o consumidor final”. Alguns temas foram elencados pelos empresários, como: tributário, tema que incluí a segurança jurídica, o incentivo fiscal, a política tributária competitiva em relação aos outros estados e o reembolso de ICMS em relação ao incentivo anterior. Infraestrutura: saneamento básico; continuidade do Pró-DF e o fim da corrupção dentro do Pró-DF. “Além dessas, outras questões, como a falta de mão de obra qualificada, leis e relações trabalhistas e crédito bancário foram apresentadas durante as campanhas eleitorais”.

Gomide faz uma avaliação do atual governo, em relação ao setor produtivo. “É importante destacar que houve uma proximidade de diálogo pertinente nesses últimos quatro anos. Mas, olhando para o futuro, precisamos que o governo seja corajoso para enfrentar as barreiras colocadas apenas ao Distrito Federal, comprometendo nossa competitividade. Atualmente, não podemos competir com outros estados nas operações interestaduais. Isso limita o crescimento do Distrito Federal. Em contrapartida, o DF recebe produtos de outros estados. Esses outros estados ficam com a arrecadação de impostos sobre os produtos e a geração de emprego e renda”, ressalta o presidente interino. Ele lembrou ainda ser imprescindível equalizar as condições tributárias nas operações interestaduais para com os estados. “Não podemos ser os únicos a não ter condições de competição e sobrevivência”.

FONTE: http://blogs.maiscomunidade.com/blogdocallado/#sthash.dYgxgOp5.dpuf

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