segunda-feira, 10 de novembro de 2014

O desejado primeiro escalão


Secretarias como Educação, Transporte e Saúde são problemáticas, mas trazem visibilidade política. Já órgãos como Novacap, Terracap e BRB têm poder por mexer com terras e dinheiro. Após as eleições, todos eles estão entre os postos mais cobiçados

O titular da pasta de Educação no governo de Rodrigo Rollemberg provavelmente passará pela aprovação do senador Cristovam Buarque.

Além de entregar o comando do Palácio do Buriti em 1º de janeiro de 2015, Agnelo Queiroz (PT) também deixará à disposição e à livre nomeação do futuro governador Rodrigo Rollemberg (PSB) cerca de 7 mil cargos comissionados. Aqueles do primeiro escalão — como a chefia de secretarias e de empresas estatais estratégicas — são os postos mais cobiçados pelos políticos aliados do socialista. A Novacap e a Terracap, por exemplo, são disputadas pelo alto orçamento. Já as pastas de Educação e Transporte interessam pela visibilidade. ...

As secretarias de Planejamento e Orçamento e a Fazenda, por sua vez, são atrativas por definir gastos e influenciar em todas as áreas do governo.

Outros cargos de destaque são boas vitrines, mas vivem situação delicada e, se não forem bem trabalhados, podem trazer saldo político negativo. A pasta de Administração é uma delas. Responsável pelas negociações com os servidores — ainda mais com os aumentos previstos para várias categorias nos próximos anos —, com certeza não dará vida fácil ao futuro secretário. A Agência de Fiscalização do DF (Agefis), ameaçada até de extinção por alguns concorrentes ao GDF na eleição deste ano, tem o poder de autorizar construções e derrubar outras irregulares, mas é vista por muitos como um empecilho burocrático, nada vantajoso ao chefe da agência. 

A Fazenda é o órgão que recolhe e administra toda a verba do governo, enquanto o Planejamento e Orçamento define como os recursos serão investidos. Pela posição central, Rollemberg deve escolher nomes de sua inteira confiança para assumir esses setores importantes. Por isso, os postos provavelmente não entrarão no jogo político e nomes técnicos devem ser priorizados.

Áreas fundamentais no cotidiano da sociedade, como Educação e Transporte, em que os responsáveis podem tomar medidas políticas de impacto direto na vida do cidadão, tendem a despertar o interesse de correligionários. As discussões sobre a secretaria de Educação, como antecipou Rollemberg, passam pelo PDT e, especialmente, pelo senador Cristovam Buarque, uma das referências nacionais na área. Já no Transporte, área com potencial político, ele deve indicar um aliado próximo. 

Segurança e saúde
As secretarias de Segurança Pública e Saúde também mexem com a vida do eleitor e são disputadas por correligionários. As pastas, no entanto, convivem com mais dificuldades que o normal. Uma boa gestão à frente da Segurança, por exemplo, passa pela criação do plano de carreira das polícias Civil e Militar. A dificuldade é que, para atender tal necessidade, o governo precisará de uma grande capacidade de articulação, pois o GDF apenas elabora o plano e o envia ao Ministério do Planejamento, que precisa aprová-lo e enviá-lo ao Congresso Nacional. Caso seja aprovada na Casa, a medida ainda vai para a sanção da Presidência da República. 

Um caso interessante é a da Companhia Energética de Brasília (CEB). As constantes quedas de energia incomodam o brasiliense, mas a estatal tem muitos recursos e, caso os problemas sejam resolvidos, será um acerto do próximo governador. O Metrô-DF, com a superlotação diária e as constantes greves nos últimos anos, pode parecer um ambiente inóspito para o futuro comandante da estatal. Mas pode ser positivo se ele cumprir as promessas de campanha:Rollemberg pretende construir cinco estações — duas em Samambaia, duas em Ceilândia e uma no começo da Asa Norte — e comprar mais 10 vagões para diminuir o tempo de espera do usuário no terminal. 

Pastas visadas
Novacap: É a empresa pública responsável pela maior parte das obras realizadas pelo Governo do Distrito Federal. É atraente pelo alto volume de dinheiro em caixa, usado para a manutenção do bem público e pela execução de galerias de águas pluviais, pavimento asfáltico e calçadas, entre outras obras de infraestrutura. 

Terracap: O próprio nome, Companhia Imobiliária de Brasília, dá uma dimensão da importância do órgão. Proprietária de toda a terra pública do DF, tem como função administrar o patrimônio público distrital. Na próxima gestão, terá o desafio de negociar a concessão do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha.

BRB: O banco estatal é dono de todas as contas do governo e dos funcionários do GDF. Gerencia muito dinheiro e oferece linhas de crédito especiais, que ajudam a desenvolver a economia e interessam ao setor produtivo. 

Secretaria de Fazenda: Responsável por recolher todos os impostos do Distrito Federal, o balanço do governo fica nas mãos da pasta. Tem a responsabilidade de evitar rombos e manter a saúde financeira do GDF.

Secretaria de Planejamento e Orçamento: É responsável pelo planejamento da administração pública e pela elaboração orçamentária do governo. Logo, é quem decide quanto terá em caixa cada área do GDF.

Secretaria de Educação: Área estratégica para qualquer gestor que pensa no futuro da cidade, influencia diretamente a vida dos alunos e professores da rede pública de escolas do DF. Se Rollemberg cumprir a promessa de implantar escola em tempo integral para todos os alunos dos colégios públicos, com certeza os louros serão divididos com o secretário da pasta. 

Secretaria de Transporte: As decisões do secretário podem impactar a vida de todos os usuários do transporte público. Um problema da pasta é manter boa relação com as empresas responsáveis pelos ônibus.
Fonte: Correio Braziliense

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