segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Candidatos negociam para ampliar as bases

Adversários correm para tentar fechar o quebra-cabeça das alianças


A diferença que separa um candidato da vitória pode ser obtida mediante negociações com quem controla ou influencia colégios eleitorais. E é isso que estão fazendo Rodrigo Rollemberg (PSB) e Jofran Frejat (PR), conversando com adversários que ficaram pelo caminho e com parlamentares eleitos. 
O resultado de 45,23% a 27,97% de Rollemberg sobre Frejat sofrerá alterações no segundo turno, daqui a duas semanas. Cabe ao senador aumentar a margem sobre o adversário, que por sua vez tenta desconstruir o primeiro colocado.
O candidato do PR agiu rápido. Logo na primeira semana trouxe para sua base PHS, PEN e PTdoB. A favor dele votações expressivas, como a do distrital Alírio Neto (PEN), que teve 78.945 votos e foi o mais votado fora da lista de oito eleitos. Também foi o caso de Lira (PHS), escolhido para a Câmara Legislativa por 11.463 eleitores, na mesma coligação do PTdoB.
Mais votados
Em Brazlândia, votação apertada para o governo. Rollemberg venceu com 36,2%, mas foi seguido de perto por Frejat, que teve 34,3% dos votos. O cenário foi bem diferente no resultado para deputado distrital. Juarezão (PRTB) conseguiu o primeiro mandato com 34% dos votos em Brazlândia, vencendo o segundo  em quase 9 mil votos. 
Apesar de compor a chapa de Frejat, Juarezão ainda não tem certeza sobre os apoios do segundo turno. “Os dois me procuraram, mas eu ainda não defini. Eles me ligaram, mas estou aguardando uma conversa. Acredito que é possível transferir meus votos, mas não totalmente. Mas mesmo assim, tem muita gente me esperando para definir o voto”, explicou.
O PMDB declarou neutralidade. O distrital Robério Negreiros – reeleito com a segunda melhor votação, 25.646 eleitores – garante não ter candidato, mas caso fosse preciso pedir o apoio a algum deles, haveria facilidade, apesar do eleitorado disperso pelas cidades. “Participei de uma comemoração pela reeleição que tinha seis mil pessoas, mas criamos grupos em todas as cidades. Esse conceito de curral eleitoral não existe mais nem no Nordeste, onde era comum”, disse. O distrital não venceu em nenhuma das 21 zonas eleitorais, mas alcançou dois quartos lugares, na 6ª e na 21ª e foi o quinto na 6ª. Robério pretende cumprir a decisão do PMDB.
Três partidos na mesma cidade 
Planaltina tem uma das situações mais curiosas. Lá, o mais votado foi Professor Jordenes, do PPS,  membro de uma coligação sem nenhum eleito. O segundo foi o distrital Cláudio Abrantes (PT), mas foi engolido por sua coligação e acabou como primeiro suplente. O melhor colocado que exercerá mandato em 2015 foi Rafael Prudente (PMDB).
Na cidade, Jofran Frejat venceu apenas na 6ª zona eleitoral, por 64 votos. Ele garantiu o segundo lugar em outras 17 localidades. A apuração final mostrou Frejat com 20,07% dos votos.
Aproximação
O distrital Doutor Michel (PP) conseguiu uma grande concentração de votos em Sobradinho e acabou com 14.279 votos apenas na localidade e conseguiu somar pouco mais de 8 mil votos em outras cidades para se consolidar no quarto lugar geral. Mesmo após o PP ter também se decidido pela neutralidade, Michel demonstra mais proximidade de Rodrigo Rollemberg. Caso Michel se alinhe com o candidato do PSB e seja indicado para uma secretaria — a de Justiça, por exemplo —, Cláudio Abrantes o substituiria.
Saiba mais
 
A chapa do PSB  conta ainda com Sandra Faraj (SDD), distrital eleita com votos distribuídos pelas zonas eleitorais. 
Ela avalia como normal a transferência de votos, já que “Rodrigo representa a essência da mudança”, disse.
 
Associação ao PT

1) A coordenação de campanha de Frejat não fala abertamente sobre planos para alcançar a vitória, mas até o momento ficaram nítidos dois movimentos.
2) Além de ter sido rápido em ampliar a base, Frejat deixou clara a estratégia de campanha de a aproximar Rodrigo Rollemberg da imagem do governador Agnelo Queiroz (PT). 
3) O primeiro ato  após a apuração dos votos do primeiro turno, o candidato do PR, acompanhado do ex-governador José Roberto Arruda (PR) chamou o adversário de “clone” de Agnelo.
4) A estratégia seguiu no debate da Rede Bandeirantes, na última quinta-feira, quando Frejat repetiu à exaustão que Rollemberg havia participado do governo petista.
5) Frejat segue conversando com outros partidos e pode aumentar ainda mais a coligação, que já conta com oito partidos, com a entrada de PHS, PEN  e PTdoB.
 
Busca de quem tem reduto 

O coordenador de campanha de Rollemberg fala abertamente em conseguir o apoio de candidatos, tanto eleitos como derrotados, justamente para melhorar o desempenho mesmo em regiões onde houve vitória. “Alguém que teve cinco mil votos, apesar de não eleito, pode ter um reduto importante. Queremos o diálogo também com quem não terá mandato”, explicou. Ainda assim,  não vê desvantagem no adversário já ter conseguido fechar o apoio de outras legendas. “Não é crucial. O eleitorado hoje em dia é autônomo, não segue o cacique, o coronel”, complementou o coordenador.
 
No dia seguinte ao garantir a presença no segundo turno, Frejat minimizou as derrotas para Agnelo Queiroz em três zonas eleitorais.  Segundo o candidato do PR, pesou contra ele o desconhecimento. “Tive só 20 dias de campanha, pois eu não era o candidato a governador e grande parte da população sequer sabia que  estava concorrendo. Muita gente não  estava informada sobre o nosso trabalho na área da saúde e educação”, disse.
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília

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