quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Proporção dos que não decidiram em quem votar é suficiente para determinar resultado


De acordo com o cientista político David Fleischer, no Brasil a soma histórica da abstenção, dos votos nulos e dos brancos é de 20%.


Faltando poucos dias para a decisão nas urnas, o número de eleitores indecisos ainda é grande. No Distrito Federal, para governador, chega a 10%. É mais do que a distância entre o primeiro e o segundo colocado nas pesquisas. E o dobro da diferença entre o terceiro e o segundo. Para deputado, é muito maior. 

Dá para decidir qualquer das eleições. Ideologias políticas e partidárias, propostas — ou a falta delas —não têm convencido os eleitores, mesmo com a atenção dada ao horário político.

O estudante João Gabriel Dourado, 18 anos, votará este ano pela primeira vez. Dos cinco candidatos que precisa escolher na urna eletrônica, ainda lhe falta decidir por dois:  senador e deputado federal. “É tanto candidato que não consegui olhar as propostas para me decidir”, explica Gabrielo.

Anular votos é a opção de muitos eleitores indecisos e “desiludidos”. O geógrafo Lucas Garcia, 22 anos, discorda do sistema de voto proporcional e por esse motivo, decidiu anular os votos para deputados distrital e federal. 

“O que me desmotiva são as coligações, armadas em função do tempo de televisão e rádio. Quando você vota em alguém com quem  se identifica pode estar elegendo outro com quem não concorda. Vota em um ambientalista e leva de brinde um ruralista”, critica Lucas.

Descrença
A falta de crença na política levará a dona de casa Maria Joverci de Souza, 51 anos, a anular todos os votos. “Estou cansada de promessas não cumpridas. Quando chegam as eleições tudo vai ficar às mil maravilhas, mas nada muda. Isso me desanima”, declara Joverci, que  assiste à propaganda eleitoral e aos debates, mas a conclusão é a mesma. “Ninguém me convence mais. Eu sei que um voto a mais ou a menos faz diferença, mas o meu ninguém vai ter”, completa a eleitora, que nunca deixou de votar.

Interesse está sendo maior na eleição de 2014
De acordo com o cientista político David Fleischer, no Brasil a soma histórica da abstenção, dos votos nulos e dos brancos é de 20%. Porém, desde o falecimento de Eduardo Campos e a entrada de Marina Silva (PSB) na disputa à presidência da República, esse número caiu para algo entre 11% e 14% do eleitorado, dizem as pesquisas.

No Distrito Federal, que segundo ele é um retrato nacional, a grande disputa é mesmo pelo segundo lugar para a disputa ao Buriti, entre Jofran Frejat (PR) e Agnelo Queiroz (PT). Para ele, surpresas como a votação de Toninho do PSOL em 2010, não devem ocorrer no atual cenário.
Fleischer afirma que a maioria das abstenções é ocasionada pela ausência dos eleitores de seus domicílios eleitorais e não de uma ação deliberada. “As abstenções são de pessoas que estão viajando, doentes, que moram fora das regiões onde votam, ou de pessoas que morreram e não tiveram seus títulos cancelados”, afirma Fleischer, mesmo destacando que a multa para quem deixa de votar é pequena.

Como fazer a opção
1 Segundo o cientista político David Fleischer, as pessoas atualmente não sabem como votar branco e nulo, até por   considerarem anti-democráticas essas opções.
2 Para votar em branco, de acordo com o TRE-DF, basta escolher a tecla “branco” e apertar “confirmar”.
3 O voto nulo  ocorre quando o eleitor digita  número que não pertence a nenhum candidato ou partido e em seguida aperta a tecla “confirmar”.  Não há tecla “nulo”.
4 Quando se vota nulo ou branco os votos não são computados e nem vão para outros candidatos, como se costuma afirmar.
5 A eleição só é anulada caso a Justiça Eleitoral impugnar 50% dos votos. O número de nulos não interessa para isso.

Pense nisso
Segundo o marqueteiro político Tiago Tarsis, os candidatos que quiserem conquistar os votos dos indecisos nos últimos dias terão que ser claros em suas propostas e nas mensagens direcionadas aos eleitores. A influência de pessoas próximas aos indecisos  sempre pode ajudar na escolha, assim como a quantidade de material distribuído por ruas e casas de vizinhos. Ele afirma que esse último esforço costuma dar a impressão de que o candidato tem compromisso e quer governar. Outro ponto levantado por Tarsis é a apresentação de benefícios ao eleitor, como melhorias para categorias profissionais e para regiões onde esses eleitores moram. Tarsis destaca que a última cartada para os candidatos é ir às ruas fazer corpo a corpo com os eleitores e apresentar suas propostas, olho no olho.
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília

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