segunda-feira, 10 de novembro de 2014

DF tem um ônibus para cada mil habitantes

Déficit mostra que licitação venceu problemas de ônibus velhos, mas não de oferta

Nova frota de ônibus tem bancos estofados e encosto de cabeça, acesso para deficientes e GPS. Depois de licitação, eles substituíram veículos que tinham até 30 anos de usoDivulgação/ GDF
Se os 2,6 milhões de habitantes do Distrito Federal resolvessem se locomover de ônibus pela cidade, cada veículo teria que ter a capacidade de acomodar cerca de mil passageiros. A frota atual, de 2.691 veículos, é insuficiente para atender à população. Carros superlotados, com passageiros ocupando todos os espaços possíveis são vistos com frequência nos horários de pico e indicam o déficit histórico.
Os dados não são deficitários apenas em uma relação de possível adesão de todos os moradores ao transporte coletivo, mas a média atual também demonstra o que milhares de passageiros vivem no dia a dia. Segundo a DFTrans, autarquia que gerencia o transporte público terrestre no Distrito Federal, por dia, 1,1 milhão de pessoas passam pelas catracas dos ônibus locais. A média, considerada a frota atual, é de 410 passageiros para cada veículo, o que ainda demonstra um déficit acima do comum.
Uma licitação concluída em 2013, depois de diversos recursos judicias de empresas que dominavam o transporte público do DF, renovou a frota de ônibus, que ultrapassava os sete anos recomendados. Veículos com mais de 20 anos de uso rodavam pelas ruas, literalmente, caindo aos pedaços e submetendo passageiros a viagens interrompidas por constantes problemas mecânicos.
Fátima Silva é uma brasiliense que, aos 27 anos, há pelo menos 10 utiliza ônibus em trajetos entre a casa, escola e o trabalho. Moradora do Recanto das Emas, ela percorre 60 km de ida e volta. Entre diversas histórias vividas nos ônibus da cidade, ela lembra com mais humor do que medo do dia em que o ônibus pegou fogo.
— De repente o motorista falou que o ônibus estava pegando fogo e foi muito rápido. O fogo começou na parte da frente e chegou atrás em pouco tempo. O mais desesperador é que as pessoas não saíam de dentro e quem estava lá ficava achando que ia se queimar.
A licitação resolveu o problema de renovação da frota, com ônibus cadeiras estofadas e encosto de cabeça, motores menos barulhentos, acesso para deficientes e GPS, mas deixou para trás outras dificuldades. A impressão do passageiro é que, hoje, existem menos ônibus do que antigamente, o que significa uma espera maior nos pontos. O que é relato de muitos usuários, é confirmado pelo Sindicato dos Rodoviários do Distrito Federal. Segundo o presidente da instituição, Jorge Farias, os ônibus piratas foram retirados das ruas e a frota ficou menor.
— Antigamente as empresas operavam com ônibus piratas, que não eram cadastrados pelo governo e eles colocavam estes ônibus para rodar. O que aconteceu foi a substituição da frota dos ônibus cadastrados. Os ônibus piratas simplesmente deixaram de existir, então, se eram 4 ônibus em algum horário, agora são só dois.
Antes da licitação, 21 empresas de ônibus operavam no Distrito Federal. Atualmente, 13 (que venceram a concorrência) fazem o transporte de passageiros nas 38 regiões administrativas. Além dos 2.691 ônibus, incluindo os do BRT (bus rapid transport, ônibus maiores e que circulam em faixas exclusivas), que faz o transporte entre Gama, Santa Maria e Plano Piloto, existem 450 microonibus de cooperativas, que operam dentro das cidades, em curtas distâncias, 80 ônibus convencionais de cooperativas e 50 da frota da TCB, antiga estatal.

FONTE: R7 DF

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