domingo, 20 de abril de 2014

Estilos em confronto, por Merval Pereira


Merval Pereira, O Globo
O choque entre a política partidária e a das mídias sociais será visto internamente, na campanha da chapa Eduardo Campos – Marina Silva, e também na disputa entre os três principais candidatos, que já estão trabalhando com as mídias sociais, mas em intensidades distintas.
O uso das novas tecnologias deverá ser mais intenso na campanha do PSB, por influência dos “marineiros”, mas, sobretudo, por imposição de um pragmatismo irrecusável: o partido não tem estrutura para sustentar uma campanha presidencial disputada, como será esta.
A ideia, defendida por Marina, de que a campanha se fará através de ondas de disseminação de projetos pelos grupos de eleitores, independentemente das máquinas partidárias, prevalece, para marcar a chapa como a esperança de um novo tempo político.


Ao contrário de disputar com seu adversário cordial Aécio Neves os palanques regionais, como faziam no início da campanha, o ex-governador de Pernambuco decidiu explicitar uma discordância com a política tradicional, que até aqui o tinha levado a posições de destaque.
Nada tem de banal a afirmação de que levará o PMDB para a oposição se vencer a eleição presidencial. Com isso, Campos tenta se firmar como candidato da ruptura com o que chama de “velha política”, apesar das contradições inerentes à sua vida partidária pregressa, e promete quebrar uma norma da política brasileira do período recente, a de que ninguém governa sem o apoio do PMDB.
Com essa postura, muito devida à pressão do grupo de Marina, Campos está abrindo mão de palanques fortes, e não apenas contra o PMDB. No Rio Grande do Sul, perdeu o apoio da candidata favorita ao governo, a senadora Ana Amélia do PP, que fechou acordo com o candidato do PSDB, Aécio Neves.

FONTE: http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2014/04/20/estilos-em-confronto-por-merval-pereira-533186.asp

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