domingo, 2 de novembro de 2014

O poder nas mãos da família Rollemberg, na capital desde a inauguração

O novo governador foi eleito com a ajuda de um sobrenome tradicional, que formou um clã com 110 membros. Mesmo sem cargos no governo, eles prometem apoiar, fiscalizar e cobrar resultados do futuro chefe do Executivo

Rodrigo com a mulher, Márcia, os filhos, as noras, o genro e a netinha, Mel: discussões políticas também fazem parte do almoço


Em 26 de outubro, o Partido Socialista Brasileiro (PSB) conquistou, pela primeira vez, o governo da capital federal. A vitória, no entanto, não foi só de um projeto político. Com 15 filhos, 42 netos e 18 bisnetos — mais os agregados —, a família Rollemberg tem muitos laços com a história de Brasília e se tornou um dos clãs mais tradicionais da cidade, hoje com 110 membros. Durante a campanha, o oitavo filho de Armando e Teresa, Rodrigo, futuro governador, afirmava insistentemente que havia chegado a hora de a “geração Brasília” assumir o poder, em referência exatamente à trajetória da família no DF. Os parentes garantem que a população não precisa se preocupar: se ele não cumprir as promessas, as primeiras cobranças virão de dentro de casa.


Dos herdeiros de Armando Leite Rollemberg, ex-deputado federal, ex-ministro do antigo Superior Tribunal Federal, falecido em 1994, não só o vencedor do último pleito tem papel destacado no meio em que trabalha. Eles são advogados, empresários, servidores públicos, jornalistas, entre outras profissões, a maioria influente nas áreas de atuação, mas ninguém terá cargo comissionado no Executivo.


O jornalista Armando Rollemberg é um dos mais conhecidos na cidade. Um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT), o segundo mais velho, 62 anos, foi diretor do Sindicato dos Jornalistas do DF, presidente da Federação Nacional dos Jornalistas por duas vezes e chefe da Organização Internacional dos Jornalistas.


Armando lembra que a família, além de ser grande no DF, é uma das mais tradicionais de Sergipe (leia Para saber mais). O jornalista recorda que era impossível os Rollembergs não terem se enraizado na capital. “Meu pai era ministro e são muitos filhos e netos, todos trabalhadores e competentes. Chegamos no começo e fomos conhecendo muita gente”, comenta. Ele completou o ensino médio no Colégio Científico da UnB — que não existe mais. Lá, foi contemporâneo do ex-presidente Fernando Collor de Mello, dos empresários Luiz Estevão e Paulo Octávio, e do coordenador da equipe de transição do irmão, Hélio Doyle.


Apesar de nenhum dos familiares ter seguido o caminho de Rodrigo, o gosto pela política é geral. As discussões mais acaloradas ocorrem quando o assunto é a ideologia de cada um. A matriarca, Teresa, não gosta das brigas, mas fala que elas não chegam a ser motivo de discórdia. “No almoço, o clima é de guerra, mas até a hora da sobremesa eles já fizeram as pazes”, conta. Armando diz que, entre os familiares, tem de tudo: de extrema direita a esquerda radical. O futuro governador, ele classifica como um homem de “centro-esquerda”.


FONTE: CORREIOWEB

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